quinta-feira, 24 de maio de 2012

MANUSCRITO DO PURGATÓRIO

O manuscrito do Purgatório, Editora Cidade do Imaculado Coração de Maria, 2005-5, é um livrinho que recolhe os manuscritos da Irmã Maria da Cruz, contem ensinamentos interessantes sobre a vida do além, notávelmente sobre o Purgatório, acompanhados de numerosos conselhos de direcção espiritual. Sobre a sua autencidade não temos dúvidas. Sabemo-lo por testemunhos certos e concordantes e factos devidamente controlados. Quer saber mais, clica aqui

Trata-se da Irmã Maria da Cruz, uma religiosa do convento de Valognes, falecida em Cherbourg a 11 de Maio de 1917. Ela, em Novembro de 1873, começou a ouvir gemidos prolongados… Em vão tentou multiplicar as preces, aferecer comunhões, vias sacras e rosários; os gemidos não cessavam e permanecia o mistério. Finalmente, no domingo 15 de Fevereiro de 1874, ouviu uma voz bem conhecida: Não tenha medo! Sou a Irmã Maria Gabriela”. A Irmã Maria Gabriela era uma jovem religiosa, companheira da Irmã Maria da Cruz, falecida em Valognes a 22 de Fevereiro de 1871, com apenas 36 anos de idade. Ela, durante a sua vida terrena, tantas vezes desprezara os conselhos da Irmã Maria da Cruz. Agora, estando no Purgatório, por um impercrutável desígnio da misericórdia de Deus, foi-lhe concedido de pedir a ajuda da sua antiga companhaeira, a Irmã Maria da Cruz para se libertar e se santificar e, assim, ir para o Céu.

O-manuscrito-autenticidade

ANO DE 1878

- Verdadeiramente, considero isto tão surpreendente que já não sei em que acreditar!
- Compreendo o seu embaraço. Sei o que sofre com isto, mas, como Deus o permite e me alivia, terá piedade de mim, não é? Quando eu for libertada verá que retribuirei, com mais do que me deu. Já rezo muito por si.
- Onde está a lrmã…?
- No grande Purgatório, onde não se recebem orações de ninguém.
13 de Setembro de 1879
- Conhece as coisas da terra?
- O meu conhecimento é restrito: conheço aquilo que Deus quer. Soube alguma coisa da comunidade. Não sei o que se passa nas almas das outras pessoas, excepto na sua, porque o Senhor assim o permite para sua santificação.
Sobre as etapas do Purgatório, posso falar-lhe porque já as passei. No grande Purgatório há diferentes graus. No mais baixo e mais doloroso, que é um inferno momentâneo, estão os pecadores que cometeram crimes enormes durante toda a sua vida e que a morte surpreendeu nesse estado, sem lhes dar tempo para se arrependerem. Foram salvos como por milagre … Para estas almas, o Purgatório é terrível. É como o inferno, à excepção de que no inferno se amaldiçoa a Deus, enquanto no Purgatório se bendiz e se Lhe agradece por nos ter salvo. Em seguida vêm as almas que não fizeram grandes crimes, como as primeiras, mas foram indiferentes em relação a Deus. Não cumpriram durante a vida o dever pascal, e, convertidos igualmente à hora da morte, não poderam comungar, estão no Purgatório em penitência da sua longa indiferença, sofrendo penas indescritíveis, abandonadas, sem orações… ou, se as fazem por elas, não podendo aproveitá-las. Há ainda neste Purgatório religiosos e religiosas tíbios, negligentes dos seus deveres, indiferentes com Jesus, e Padres que não exerceram o seu ministério com a reverência devida à soberana Majestade e não ajudaram as almas que lhes foram confiadas a amar o bom Deus. Eu estive neste lugar.
No segundo Purgatório encontram-se as almas dos que morrem com pecados veniais, não expiados antes de morte, ou pecados mortais perdoados, mas pelos quais não satisfizeram inteiramente a justiça divina. Também há neste Purgatório diferentes graus, segundo os méritos das pessoas. Assim o Purgatório dos consagrados e dos que receberam mais graças é mais longo e penoso que o do comum dos mortais.
Enfim, o Purgatório de desejo que denominamos “Átrio” e que muito poucos evitam. Para o evitar é preciso ter desejado ardentemente o Céu e a contemplação de Deus, o que é mais raro do que parece, porque muitas pessoas, mesmo piedosas, Lhe têm medo e não desejam o Céu com verdadeiro ardor. Este

Purgatório tem, como os outros, o seu martírio: ser privado da visão do bom Jesus!

- O que se passa na agonia e depois. Sob que forma é pronunciada a sentença?

- Como sabe eu não tive agonia, mas posso dizer-lhe que no derradeiro e decisivo momento, o demónio semeia toda a sua raiva à volta dos moribundos. O bom Deus, para dar mais mérito às almas, permite estas últimas provas e combates. É frequente que as almas fortes e generosas tenham, para adquirir um melhor lugar no Céu, no fim da vida e nos transes da morte lutas terríveis contra o anjo das trevas (a Irmã já o testemunhou). Essas almas saem vitoriosas porque Deus não deixa que uma alma que lhe foi devotada durante a vida, se perca nos últimos momentos.

As pessoas que amaram a Santíssima Virgem, que a invocaram toda a vida, recebem d’Ela muitas graças na última batalha. O mesmo acontece com quem foi devoto de S. José, S. Miguel, ou qualquer outro santo. É sobretudo nesse momento difícil que nos sentimos felizes por ter um intercessor perto de Deus.

Há almas que morrem tranquilas, sem experimentar nada disto. O bom Deus tem para tudo os Seus desígnios: tudo o que permite visa o bem particular de cada um.
 

- Como dizer e descrever-lhe o que acontece após a agonia?

- Não pode perceber-se bem sem o ter experimentado. Vou no entanto, tentar explicar-lhe o melhor possível. A alma, ao deixar o corpo, encontra-se perdida, toda imersa em Deus se assim se pode dizer. Encontra-se numa tal claridade que num instante revê a vida inteira e apercebe-se do que merece. É a própria alma, que vendo com tanta clareza, pronuncia a sua sentença. A alma não vê Deus, mas está possuída pela Sua presença. Se é pecadora, como eu era, e merece por isso o Purgatório, sente-se de tal modo esmagada pelo peso das faltas que ainda tem de apagar, que se lança por si mesma no Purgatório. Só então se compreende o bom Deus, o Seu amor pelas almas e a desgraça que é o pecado aos olhos da Sua Divina Majestade.

- E quando se trata de uma alma que vai directamente para o Céu?
- Para essa alma, a sua união começada com Jesus continua-se depois da morte: é isso o Céu, mas a união no Céu é muito mais íntima que na terra. O-manuscrito-do-Purgatorio

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